Como é ser Técnico de referência em saúde mental 
num dispositivo como o CAPSI


Num dispositivo de saúde mental, profissionais são denominados técnicos de referência em Saúde Mental.
Na prática do terapeuta de referência, pode aproximar-se da noção de equipe de referência, que conforme determinações do Ministério da Saúde (2004a), em sua Política Nacional de Humanização, define que:
(...)cada unidade de saúde se organiza por meio da composição de equipes, formadas segundo características e objetivos da própria unidade, e de acordo com a realidade local e disponibilidade de recursos. Essas equipes obedecem a uma composição multiprofissional de caráter transdisciplinar, isto é, reúnem profissionais de diferentes áreas, variando em função da finalidade do serviço/unidade (...) que se responsabilizam pela saúde de um certo número de pacientes inscritos, segundo sua capacidade de atendimento e gravidade dos casos  (p. 8/9).”
O Técnico de referência tem duas funções bem delineadas:
  1. A questão terapêutica: cada caso tem um projeto terapêutico singular.
  2. A questão organizacional: dar conta de toda a demanda necessária para o andamento do projeto terapêutico, como conectar-se com a rede que envolve o usuário.
O usuário num CAPSi é no mínimo a criança e o seu responsável, mas numa maneira geral, ela amplia-se como: colégio, outras especialidades médicas, além da psiquiatria que está no dispositivo, toda a família propriamente dita, entre outros.
O TR é a ponte do usuário com o serviço, é quem coloca o processo de comunicação que garanta a compreensão entre esses dois lados, além de ser o responsável do projeto terapêutico e coloca em ação para toda a família. O TR é a pessoa dentro do dispositivo que tem o olhar mais específico do caso, é o canal para que algo seja desenvolvido, além de ser o suporte para a família.
O que Furtado (2001) define como sendo o profissional em Saúde Mental, no seu papel de referência, complementa o que foi dito:
Não é responsável pela execução de todas as atividades previstas no projeto terapêutico, mas deve estar ciente e acompanhar, ainda que à distância, a evolução do paciente no curso das atividades desenvolvidas em grupos ou individualmente (...). O que caracteriza o papel de referência é o fato de um profissional tomar para si o encargo de planejar, acompanhar e avaliar o conjunto de ações terapêuticas que deverão potencializar o processo de reabilitação daquele paciente (p.4/5).”
Entendo que o TR é um exercício para qualquer profissional sem se tornar uma especialização. É um aprendizado constante estar num dispositivo de atenção, tratamento e recuperação em sáude mental, partindo de um planejamento singular, porém ampliando as perpectivas de atendimento deste sujeito, possibilitando um caminhar dentro de vários campos de saberes, com escuta de qualidade, onde pode surgir novas possibilidades de estratégias. Isso implica num comprometimento desse profissional numa atuação de forma inderdisciplinar e multiprofissional que o dispositivo oferece, com o intuito de promover a inserção e/ou reinserção do usuário na sociedade.
Referência
Brasil. Ministério da Saúde (2004a). Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. HumanizaSUS: equipe de referência e apoio matricial. Brasília: Diário Oficial da União.
Furtado, J. (2001). Responsabilização e vínculo no tratamento de pacientes cronificados: da unidade de reabilitação de moradores ao CAPS Estação. In: Harari, A.; & Valentini, W. (Orgs.). A reforma psiquiátrica no cotidiano (pp. 37-58). São Paulo: Hucitec.






Comentários

  1. Estou querendo me tratar. Sendo q tenho 18 anos, posso me tratar só? Sem responsável.

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